sábado, 12 de setembro de 2009

O espelho


O ESPELHO
Ei você...
Eu posso ir tão mais alto que o céu,
Eu tenho mais de mil máscaras de carnaval
Eu posso estar lá sem sair daqui
Eu posso esmagar o meio, prever o começo e ir direto pro fim
De onde eu sempre quis sair, mas é tão confortável aqui...

Ei você...
Eu sei mentir segredos e manter desejos,
Eu sei seguir o rastro escuro do alívio imediato,
Eu paro toda vez que recomeço,
Eu já achei minha própria pena em minha própria cela...
De onde eu sempre quis sair, mas é tão confortável aqui...

As dúvidas eu rasgo...
Meu medo é meu melhor prato...
As marcas eu mesmo faço em mim...

E é esse seu mundo reto, quase certo, quase no fim.
Esse seu jogo sujo, seu discurso mudo cheio de si.
Reconstruindo muros, no absurdo de existir,
Ah esse seu mundo... no espelho.

Ei você!
Você nunca foi tão mais alto que o chão.
E você teve tantos rostos que nem se reconhece mais.
E você nunca esteve aqui e nem ai.
E você teve tantos começos, se perdeu no meio e foi direto pro fim.
De onde a gente quis sair,
Mas foi tão mais fácil assim...

As dúvidas eu rasgo...
Meu medo é meu melhor prato...
As marcas eu mesmo faço em mim...

E é esse seu mundo reto, quase certo, quase no fim.
Esse seu jogo sujo, seu discurso mudo cheio de si.
Reconstruindo muros, no absurdo de existir,
Ah esse seu mundo... no espelho."

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sobre nadas e fins...

Peça para dois sopranos e piano preparado.

Sobre Nadas e Fins

“Cinzas vão escondendo a alma.
Leve pluma... Vai e cai, e traz e sai de mim!
Ate aonde levo leve sem querer parar?

Em cinzas me vi... Ah... Levo o leve som do fim, o som cheio de mim.
Nem em céus nem em sóis eu vi! Leve pluma... Vai e cai e sai de mim!
Até onde vai o fim daqui? Aonde vai?

Tortos sons me escapam e me confessam.
Ah, Ate aonde levo leve sem querer parar?
Leve sonho vão... No chão... Levo o leve som do fim, o som cheio de mim.
Escondendo a alma eu vi! Leve pluma...
Vai e cai e, sai de mim!”