quinta-feira, 21 de julho de 2011

A história de todo qualquer um.

Chegou no bar como de costume, pediu mais um café.
Todos lhe perguntariam: Que te fez essa mulher?
Pra te chegar tão tonto, tão torto, que nem um ponto consegue se acabar?
Ele disse:
"A dançarina das cordas, tontas... as notas me fez nun compasso desajustado, impregnado de tanto eu e de tanto ela, e de tanta vela e promessa, de subsequente adeus...
E aqui me restam 5 cordas e um buraco, no peito, banhado de vinho barato que o dinheiro deu pra comprar."
A história atraia e traia bebuns e meretrizes a dançar,
e logo todos iram um circo patético formar.
Em forma de derrotas e memórias, um blues ardil começou a se achar.
E ele que aquela altura já era, sem pressa, o maestro da orquestra despopular:
"Ah, se rói ser tão desajeitado com o jeito do coração...
Essa moça não sabe o que ela faz, quando se desfaz em medo.
Meu desejo é assim tão voraz, insano, desconhece a paz
e me faz cantar o amor nun samba-blues."
Todos a postos! Com seus copos cheios de cóleras de amor!
Brindavam ao fim, se davam ao início de mais um precipício de gostar
E ao som desse blues nada normal, amores impossíveis eram reais
Ao fundo do quadro, ali desajeitado com seu café amargo ele improvisou:
"Explicações de todas as repetições, assim é meu blue!
Quero sim, não me convém aceitar, mas me convém te convir.
Convidar-te para dançar a dança do beijo, dos corpos ardentes em fogo
que se queima em par."
E quando avistaram a dançarina das cordas, tortas, mortas,
um silêncio quase santo em todo canto ali se perpetuou.
Apesar da alegria descabida um ar de aprovação se resolveu.
E ele quase já sem palavras, diretamente a ela se musicou:
"Você não sabe saber você...
Vejo seu sim em cada fim que te mente, definitivamente...

e outras coisas que aqui não se diz, não nos cabe, mas insisto em querer."

Menina Estrela

Corre pro vão da estação
Faz jorrar teu silêncio, eu sei é assim...
Pode espelhar teu olhar
E quem sabe entornar aqui mentiras que eu sei acreditar
Foges de mim, pra perto de um fim
Estilhaços no chão notas sem direção
Sobram as horas, faltam gritos e beijos perdidos e amores no chão...
Mas cai tão nua...em minhas mãos...
Menina estrela, podes brilhar
Que quem te aceita, quer te ganhar
Menina estrela, podes brilhar
Que quem te canta, não sabe como voltar...

Samba da despedida

Faço esse samba pra me despedir
Pra me redimir do erro acertado
Juro que depois, eu não volto aqui
Para trazer as rosas que não falam
E os manequins estáticos

Quero atravessar a escuridão
Afogar a sede vil
Que não espera pra cobrar
Já não vou aqui estar, quando teu sono acordar
Quero escurecer o atravessar
Afogar os teus cabelos
Que não escondem teu penar
Já não vou aqui estar, quando tua sede te cobrar
E quando o sol nascer para ti, em cores divinais
E quando se acabar, você vai me pintar
É quando então direi... você não entendeu
Digo que fui mas sempre estarei presente nos sonhos teus
Dizes não vá, mas sempre estará ausente nos sonhos meus.
E pra terminar, deixo no altar meu último... adeus.